quinta-feira, 26 de maio de 2016

A crise e a escola

A realidade posta a nu e a oportunidade de pensar e agir sobre ela

José Sérgio Fonseca de Carvalho
Hannah Arendt (1906-1975) foi uma pensadora da crise. Seus exercícios de pensamento se voltaram para a compreensão das crises do totalitarismo, da república, da cultura, da educação. Em face da grave crise política que vivemos, pode ser interessante recorrer a seus escritos para pensar nossos impasses. Em primeiro lugar porque ela rejeita a acepção comum que temos de crise – identificada de modo imediato com “decadência”, “declínio”, “degeneração” – em favor de sua acepção original: um momento de cisão que exige julgamento, decisão, critérios de escolhas. Para essa pensadora alemã, uma crise põe a realidade a nu e assim nos convida a pensar e a agir. Ela só se transforma em um desastre se a ela respondemos com preconceitos, isto é, com certezas herdadas do passado que nos impedem de ter a expe­riência de pensar o presente como algo radicalmente novo. E esse é o principal risco que hoje corremos, tanto no âmbito público como no contexto escolar, no qual seus ecos não tardaram a chegar.

Fonte: http://revistaeducacao.com.br/textos/noticias/a-crise-e-a-escolaa-realidade-posta-a-nu-e-370862-1.asp

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